Nos últimos cinco anos, o relatório da KPMG revela um aumento de 35% no número de empresas listadas na Bolsa de Valores que divulgaram relatórios de sustentabilidade. Em 2018, 71 empresas listadas publicaram seus relatórios, número que subiu para 96 em 2022. Essas descobertas são resultado do estudo KPMG ESG Yearbook Brasil 2023, que se propôs a avaliar o desempenho ESG (representando práticas ambientais, sociais e de governança em inglês) de empresas de onze setores da economia brasileira.
Maria Eugênia Buosi, sócia da KPMG, destaca que a análise do desempenho ESG das empresas nos últimos cinco anos aponta para uma tendência positiva no aprimoramento das divulgações de práticas e da conscientização em relação a essa agenda no Brasil. Ela ressalta que, enquanto a sociedade demanda ações imediatas, as empresas têm respondido de maneira sensível à pressão de investidores e outras partes interessadas, o que tem aumentado a busca por iniciativas e resultados em relação a questões ESG.
Ao longo dos últimos cinco anos, o número de empresas estudadas pela KPMG aumentou progressivamente: 114 em 2018, 135 em 2019, 166 em 2020, 190 em 2021 e 200 em 2022. Isso permitiu a análise em dois grupos. O primeiro incluiu as 114 empresas que participaram do período completo, cujo índice subiu de 53,54% em 2018 para 59,46% em 2022, representando um aumento absoluto de 5,92% e um crescimento anual composto (CAGR) de 2,12%. Quando considerada a amostra completa dos cinco anos, o percentual subiu de 53,54% para 56,15%, respectivamente, com um incremento absoluto de 2,61% e um CAGR de 0,96%.
Bruno Youssif, sócio-diretor da KPMG, justifica o aumento no número de empresas analisadas com base na abertura de capital, aumento da liquidez de algumas companhias e nas solicitações de inclusão específica por parte de gestores de investimento. Ele afirma que é natural que as demandas da sociedade e do mercado quanto à integração ESG sejam mais intensas para empresas com histórico prolongado no mercado de capitais e maior representatividade nos portfólios de investimento brasileiros.
Quanto aos onze setores investigados, os resultados apontam para uma tendência positiva no aprimoramento das práticas, comunicação e conscientização em relação aos critérios ESG no Brasil. Destaque para a indústria de papel e celulose, que apresentou a maior pontuação ESG em todos os anos analisados (76,7%), e a indústria de utilidades públicas, que obteve a maior evolução entre 2018 e 2022, com um aumento absoluto de 10,9%.
Fonte: KPMG