“O ESG está na estratégia da companhia, em seu Plano de Sustentabilidade e, portanto, na forma de a empresa operar e crescer. Adotamos indicadores ESG não apenas para reportar os resultados alcançados, mas para antecipar decisões e orientar nossas ações”, avalia Rafaelle Enrico Grandi, responsável pela área financeira na Enel Brasil.  

Sustentabilidade social, econômica e ambiental estão interligadas. Isso quer dizer que é impossível, no mercado atual, uma empresa ser sustentável se dedicando apenas a um desses pilares. É preciso considerar o desenvolvimento a partir disso. Na era da informação é preciso se comprometer com práticas sustentáveis de governança e transparência, envolvendo e engajando os stakeholders.  

A Enel usa o seu negócio para alavancar o progresso social, ambiental e econômico e para criar valor compartilhado, no contexto em que está inserida, ou seja, combina a realização dos seus objetivos industriais com uma contribuição concreta para o desenvolvimento socioeconômico da região onde estiver. Na percepção de Grandi, somente construindo relacionamentos fortes e positivos é possível alcançar resultados sustentáveis e de longo prazo. “Analisando o mercado, as tendências e os dilemas locais e mundiais, assumindo compromissos com organizações que podem nos auxiliar nessa jornada, inovando”, avalia. 

Ao abrir o mundo de energia para mais pessoas, novas tecnologias e parceiros, com a estratégia Open Power, a Enel entende que acelera a inovação, a sustentabilidade e impulsiona a transformação. A transição energética é um processo já em curso e sem volta. “Estamos na vanguarda da condução de mudança para um sistema de energia sustentável. Pretendemos alcançar essa meta ambiciosa com base em dois objetivos: descarbonização da matriz energética com o crescimento das fontes renováveis de geração de energia, e a eletrificação da demanda de energia, por meio de novos serviços e soluções elétricas em substituição a fontes poluentes. Um exemplo dessa transformação possível com a eletrificação são as soluções de recarga elétrica para viabilizar e impulsionar o mercado de veículos elétricos”, pontua Grandi.   

Para a Enel, sustentabilidade significa geração de valor. A mudança para um modelo de negócios pautado pela sustentabilidade se tornou um impulsionador da criação de valor do grupo e isso se reflete em fluxos de caixa mais previsíveis, crescimento constante e menores riscos. A empresa acredita que mensurar o valor da sustentabilidade, embora não seja simples e exija mudanças até culturais nas organizações, talvez seja uma das maiores tendências ESG.  

A Ação Climática (tema do ODS 13) representa um dos maiores desafios e ao mesmo tempo uma das grandes oportunidades existentes na sociedade atualmente para gerar valor dentro da agenda ESG. A Enel consolidou sua liderança na transição energética acelerando o processo de descarbonização e se comprometeu em reduzir suas emissões diretas de gases de efeito estufa por kWh em 80% até 2030, em relação aos níveis de 2017. Ela pretende alcançar a descarbonização total até 2040, acelerando o crescimento da capacidade de geração de energia por fontes renováveis. 

Neste contexto, a Enel está desempenhando um papel pioneiro também na área financeira, emitindo títulos verdes no mercado europeu. Além de ter lançado o SDG Linked Bond Program, que diz respeito não apenas a projetos verdes individuais, mas à estratégia geral de sustentabilidade de atrair investidores socialmente responsáveis. “Temos o desafio de seguir envolvendo a comunidade financeira, convidando os investidores a integrar os fatores Ambientais, Sociais, de Governança (ESG) em suas escolhas de investimento e convencendo as agências de classificação financeira a incorporarem fatores de sustentabilidade em suas metodologias e avaliações”, explica Grandi.  

Seguindo as estratégias ESG em linha com o direcionamento global do grupo, que considera as principais tendências do setor elétrico e perspectivas mundiais, incluindo os compromissos assumidos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (7, 9, 11 e 13), para uma nova era de energia e o enfrentamento dos maiores desafios do mundo, especialmente a transição energética.  

De acordo com Grandi, é preciso assegurar uma transição justa e acessível dos combustíveis fósseis para as fontes renováveis de energia e a eletrificação do consumo. A partir dessa premissa, é que o Plano de Sustentabilidade foi definido, integrando os fatores ambientais, sociais e de governança, para garantir processos estruturados em todo o grupo, que envolvem análises de mercado e do contexto ESG, identificação de prioridades para a empresa e seus stakeholders com base em consultas sistematizadas, planejamento de sustentabilidade, implementação de ações e projetos gratuitos de apoio aos ODS, reporte e gestão de performance e índices, e ratings ESG e os diversos compromissos assumidos.  

O atual Plano de Sustentabilidade de 2022 a 2024 da empresa possui 165 ações e estabelece objetivos específicos em quatro temas: pessoas, natureza, aceleradores de crescimento e fundamentos da sustentabilidade. Sendo que as estratégias seguem em linha com os acrônimos:  

E (ambiental): a estratégia de descarbonização da Enel passa pela geração centralizada renovável, mas também incorpora a visão de que é uma companhia “green enabler”: que pretende impulsionar a transição energética oferecendo aos clientes e parceiros uma energia renovável, certificada e economicamente competitiva, que auxilie as empresas e as economias dos países em que atua a acelerar e diversificar a adoção das fontes limpas de energia. A estratégia do grupo inclui ações para a aceleração das tendências de descarbonização da matriz energética e de eletrificação do consumo, por meio do aumento da capacidade de geração de energias renováveis do grupo até o alcance de zero emissões diretas e indiretas, em 2040.  

S (social): a atuação social tem como base o conceito de criação de valor compartilhado, considerando as “pessoas” (colaboradores, comunidades e fornecedores) como um dos pilares centrais da estratégia de desenvolvimento sustentável.  

Quando fala dos colaboradores da Enel, suas ações são focadas na valorização e no cuidado da força de trabalho.  

No relacionamento com as comunidades onde a Enel atua, as ações sociais se concentram especialmente no programa Enel Compartilha, com três objetivos prioritários de atuação: acesso à energia, desenvolvimento socioeconômico das comunidades e educação e apoio às comunidades locais. Em 2021 a empresa realizou no Brasil cerca de 512 projetos socioambientais, beneficiando 1,9 milhão de pessoas.  

Com relação aos fornecedores, a Enel reconhece sua relevância para a concretização de toda a sua estratégia de negócios, e como é importante o seu alinhamento e engajamento com os valores e aspirações do grupo. Dessa forma, o maior compromisso é com a gestão e o desenvolvimento sustentável da sua cadeia de suprimentos.  

G (governança): a estrutura de governança é inspirada nas melhores práticas internacionais e permeia os diversos processos de negócio e tomadas de decisão ao longo de toda a cadeia de valor. Sua atuação é orientada pelos valores: responsabilidade, inovação, confiança e proatividade, os preceitos do Plano de Tolerância Zero com a Corrupção e as Diretrizes 231 – aplicáveis às subsidiárias não italianas da organização. E, está ainda formalmente comprometida com a ética, transparência e equidade no trato com os acionistas ao manter, no Brasil, o rígido cumprimento à Lei Anticorrupção e a adesão às recomendações do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e às normas da Lei Sarbanes-Oxley (SOx) e do Committee of Sponsoring Organizations (Coso) – ambos mecanismos dedicados à proteção de investidores e demais stakeholders

Rafaelle Enrico Grandi, responsável pela área financeira na Enel