Com o intuito de prevenir e mitigar riscos relacionados aos direitos humanos, como trabalho infantil e exploração de colaboradores, e ao meio ambiente, como poluição e perda de biodiversidade, nas empresas, a Comissão Europeia, estabeleceu uma série de novas regras relacionadas à due diligence de sustentabilidade corporativa para toda a cadeia de valor.
Segundo Viviene Bauer, sócia da BDO no Brasil, na prática aquelas, que fazem parte do bloco, terão que mapear os seus fornecedores e demais stakeholders para ter maior transparência e segurança dos seus impactos ao redor do mundo. “Os diretores precisarão ser envolvidos no processo para repensar a estratégia e implementar essas medidas que podem influenciar a tomada de decisões”, diz.
Com o estabelecimento das novas regras, várias empresas brasileiras, que são subsidiárias das europeias, ou ainda que fazem parte da cadeia de valor delas por meio de parceria, fornecimento ou outras relações de trabalho, terão que se adaptar. “Cadeias de valores globais complexas tornam particularmente difícil de se obter informações confiáveis sobre as operações de fornecedores. Essas regras vão impor uma maior transparência das empresas do bloco e, com isso, as brasileiras poderão ser fortemente impactadas”, pontua Bauer.
As mudanças já vinham sendo anunciadas desde 2020, quando a própria Comissão Europeia realizou consulta pública sobre sustentabilidade corporativa. Apesar de algumas empresas da região já serem líderes em sustentabilidade, Bauer avalia que muitas ainda possuem desafios para entender e melhorar sua pegada (‘footprint‘) ambiental, além de não conseguirem rastrear questões relacionadas aos direitos humanos. Com a proposta, as grandes empresas assumirão um papel de liderança (Grupo 1) e impulsionarão às demais (Grupo 2 e pequenas) a evoluírem na adaptação às mudanças.