Transparência: o que mudou nos últimos 25 anos?

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Prêmio ANEFAC - FIPECAFI acompanha as transformações do mundo e a necessidade de as empresas serem cada vez mais éticas e responsáveis para sobreviver no mercado

“A falta de transparência resulta em desconfiança e um profundo sentimento de insegurança”. Dalai Lama

“Precisamos ser mais transparentes”. Imagine quantas vezes esta frase foi dita ou pensada pelos gestores das empresas brasileiras, ao longo do período de 1997 a 2021! Período esse que marca os 25 anos de existência do Prêmio ANEFAC – FIPECAFI, o “Troféu Transparência”.

Em tempos de busca pela sustentabilidade empresarial, onde os fatores ESG (da sigla em inglês Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança) parecem ditar as regras do mercado, e de recessão econômica, não resta alternativa para as companhias manterem seus negócios vivos: é preciso ser transparente.

Durante os últimos 25 anos, você com certeza tomou alguns sustos quando ficou sabendo dos casos de corrupção de algumas empresas multinacionais, como Cendant, Enron, MF Global, Lehman Brothers, Bp, Uber, Apple, Facebook, Valeant Pharmaceuticals, Kobe Steel, Equifax, WorldCom e outras que decretaram falência ou perderam significativamente seu faturamento e valor de marca devido à sonegação de impostos e práticas empresariais condenáveis.

Pois é, esses casos vieram à tona e acenderam no mundo o alerta vermelho para as práticas corporativas, o que resultou na criação de leis e medidas para combater a corrupção ao redor do globo. A corrupção mostrou que o mercado não funciona se não houver regras do jogo que possam prevenir fraudes. Talvez tenha faltado maior regulação naqueles anos de boom econômico.

No passado, esses casos de falta de transparência produziram situações de crises nas companhias e provocaram efeitos em toda a sociedade. O mercado não perdoou essas empresas. No caso daquelas que ainda estavam se afirmando, a situação foi diferente. Essa explosão de corrupção veio quando muitas ainda davam os primeiros passos rumo às boas práticas de governança corporativas e foram cruciais na escolha de critérios a serem implementados sobre transparência e ética. Pode-se dizer que a não governança de umas foi justamente o modelo a não ser seguido por outras.  

A opção de se tornar transparente mostrou-se como um dos poucos caminhos a ser seguido para tornar os negócios sustentáveis nos últimos 25 anos.

Não à toa que, em 1997, quando o Troféu Transparência foi criado o número de empresas que publicavam as suas demonstrações financeiras era infinitamente menor do que é hoje. Se naquele ano a análise era de um pouco mais de 500 demonstrações, em 2021 esse número chegou a mais de 2 mil.  A transparência é, portanto, uma das maiores preocupações do mundo dos negócios, pois está intrinsicamente ligada à ética empresarial e, por consequência, à reputação.

É um erro dizer que os benefícios da transparência estão relacionados apenas aos acionistas e investidores. Ela diz respeito a um grande número de stakeholders de qualquer empresa.

 

Devido à mudança nos hábitos de vida das pessoas, na forma de se relacionar, no consumo da internet e no fácil acesso a todas as informações, atualmente, é uma realidade que os consumidores têm se tornado cada vez mais exigentes. Isso, que a priori pode parecer uma desvantagem, pode e deve ser vista como uma oportunidade para qualquer organização.  

Em outras palavras, se uma empresa estiver operando corretamente no mercado, não há com o que se preocupar.

Na era digital, prestar informação à sociedade sobre a sua real situação econômico-financeira é requisito fundamental. Ou seja, deve-se colocar à disposição do público toda e qualquer informação sobre atividades, missão, visão, valores e números.

A transparência é tão importante quanto à confiança dos stakeholders. Particularidade do que não possui duplo sentido e se apresenta com clareza, a transparência é mais do que uma obrigação, ela é o compromisso de informar todos os acontecimentos do plano empresarial. Acontecimentos estes que podem afetar os interesses dos stakeholders, por isso, eles precisam estar bem-informados para terem as melhores condições de analisar os riscos e para tomarem as decisões mais assertivas.

A empresa que age com ética e transparência é tida como responsável, exercendo seu verdadeiro papel de cidadã, já que as suas ações impactam a todos – funcionários, famílias, clientes, fornecedores, governos, entre muitos outros stakeholders.

A adoção de uma postura ética e transparente no que diz respeito aos seus objetivos e compromissos fortalecem a legitimidade social de suas atividades. Especialmente numa era digital, não dá mais para enganar o consumidor, já que estão todos atentos aos seus direitos e aos das suas comunidades.

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